O
cantor Felipão está de volta ao Forró, após passar sete anos na música
Gospel. O ex-vocalista da Forró Moral, que fez bastante sucesso e chegou
ao auge em 2007, prepara um repertório inédito e até mesmo um DVD para o
seu retorno. Recentemente ele foi entrevistado pelo Diário do Nordeste e
nós destacamos alguns dos pontos mais importantes da conversa.
Início da carreira
Minha vida na música foi de repente, foi sem pretensões. Não cresci com aquele sonho de ser um cantor famoso. Foi tudo uma brincadeira, com 15/16 anos estávamos entre primos e parente se começamos a batucar em uma mesa, aquilo me tocou de forma diferente. Daquela brincadeira na casa da avó eu tive coragem e fui fazer um teste em uma banda de Forró na época, depois de ver um anúncio em um jornal.
Mercado do Forró na sua época
Ele cresceu muito e se tornou muito profissional, mas naquela época era como se as coisas começassem na brincadeira, 'chama os músicos aqui e ali, vamos montar uma banda, dar um nome tal e tentar começar a vender'. Era tudo feito de forma muito amadora. A gente fazia as coisas sem muito conhecimento, ninguém era músico profissional, eu não era cantor profissional.
Saída do Forró
São inúmeros fatores, mas era um momento em que eu precisava parar, não tenho nenhum arrependimento daquela época porque eu necessitava. Quando iniciamos o Forró Moral eu acho que tinha 19 ou 20 anos e o sucesso veio de repente. No primeiro mês já fizemos 28 shows e não paramos mais. Eu com 22 anos comecei a viver uma vida de grande sucesso que a gente nem imaginava que chegaria a tanto. Esse sucesso trouxe muito desequilíbrio a minha vida e a falta de maturidade na época, tanto eu, quanto minha família, não soubemos lidar com tudo isso. Então no auge disso tudo eu me sentia muito vazio e angustiado, não tinha uma vida, só vivia em cima dos palcos, comecei a beber bastante e comecei a viver aquela vida sem sentido. A minha parada foi realmente necessária para eu dar mais equilíbrio a minha vida e a grande motivação foi me encontrar. O sucesso é bom, mas a vida não é só isso e naquele tempo era só isso. Eu precisava dar essa parada para dar valores a outras coisas também. Passei a enxergar a vida de outras maneira. Eu sofria porque minha esposa engravidou bem na época disso tudo, eu mal via a minha filha e passei a viajar muitos meses e isso me deixou louco, não via minha esposa, não via minha filha e nem morava na minha casa. Foi tudo muito importante.
Religião e volta ao Forró
Eu acho que é um momento muito especial para isso. Houve uma construção nesses oito anos, de maturidade, de entendimento de quem o Felipão é, de que Felipão precisava conhecer a Deus e ter Deus na vida para buscar esse equilíbrio e eu acho que agora a gente vem de uma maneira diferente, vem com uma bagagem. Esses oito anos no Gospel foram uma verdadeira faculdade na minha vida, como homem, para o meu caráter e para os equilíbrios que eu precisava e agora volto com outro entendimento, não é mais aquela coisa amadora, não é mais aquele jovem que está deslumbrado para fazer sucesso
Por que voltar para o Forró?
São vários fatores. Dinheiro não é um deles porque eu não sou movido a dinheiro, senão eu nem teria saído do Forró, na época estávamos no auge do sucesso, Forró Moral faturando um milhão e meio e isso nos deu uma estrutura, uma bagagem, eu abri empresas, fiz negócios e construímos um bom patrimônio então não é isso que nos move na carreira de hoje, mas são muitos pontos. São pontos que realmente foram me tocando, análise, conversando com família e eu acho que há um trabalho a ser feito. Felipão volta para ter seu lugar no Forró e com a cabeça diferente.
Apoio e críticas
Lá em casa está todo mundo feliz e participando, vivendo este momento. Estou muito grato também pelo apoio que recebemos, esse calor das pessoas, as mensagens, temos recebido com muito carinho. Isso tem sido gratificante e tem nos alimentado para chegar com todo gás. Já as críticas eu acho que fazem parte de todas as mudanças. Foi uma decisão que tem uma grande repercussão e é difícil que as pessoas não tenham suas próprias avaliações. Não tem como explicar para todo mundo, sentar com cada um e falar as motivações do coração, mostrar quem é o Felipão hoje e quem era o Felipão antes, mas o tempo vai explicar cada coisa. Estamos tendo apoio de muita gente, amigos, pastores que sabem que minha vida com Deus não vai mudar, mas outras pessoas que por não conhecerem de perto, acabam criticando. Quando coloquei a nota sobre a saída eu falei que sabia que não teria apoio de todos, mas com respeito ao posicionamento de cada um, pois todos têm a liberdade de opinar.
Repercussão
Eu não esperava essa repercussão toda, a gente sabia que teria algum tipo de repercussão, mas não que seria tão numerosa. Me surpreendeu, depois de tantos anos em outro segmento, a gente ainda conseguir fazer todo esse barulho.
Wesley Safadão
A gente sempre teve uma relação muito boa. Eu disse para ele: 'Cara, eu sou teu fã não só do cantor que você se tornou, mas também do grande visionário. Você trouxe um alto nível para o Forró'. A gente brigava muito por isso antes naquele mercado competitivo e amador e eu acho que chegou em um momento em que ele fez um trabalho brilhante. Eu disse: 'Cara, eu preciso estar perto de ti para reaprender muitas coisas, vou precisar da tua ajuda.'. Eu fiz questão de ir lá no aeroporto, ele ia viajar e pedi para bater um papo com ele. Ele está de parabéns, temos que bater palmas não só para ele, quanto para Aviões, Solange, Márcia e todos eles.
Novo show e repertório
Uma promessa que eu faço é que a gente vai dançar muito. O show vem muito pra cima. Algumas pessoas estão preocupada achando que vamos chegar de mansinho, mas vamos chegar chegando. O repertório está bem dançante e animado. Mas é claro que eu vou trazer uma linguagem diferente, faz parte da mudança e da maturidade que vivi durante esse tempo. Uma linguagem que valorize mais as coisas, não que rebaixe, vulgar mas sim falando de cotidiano, comportamento, relacionamentos que acabaram e falando a linguagem atual e gerando valor para a mulher. O CD vem com uma música minha e músicas do pessoal da Seu Hit, da Usina de Hits e essa galera que está compondo atualmente no mercado. [...] Eu sempre trabalhei com um repertório autoral, então a frente do meu show sempre vai ter nossas músicas, mas também vamos trabalhar repertório antigo do Felipão durante o show e também os maiores sucessos de bandas como Aviões, Wesley e todos os outros. [...] É no palco que as coisas surgem e que as coisas acontecem. A galera tava me perguntando: 'Será que a gente vai ter aquele Felipão showman, do Strip tease?', vai ter aquele Felipão da brincadeira, da dança, da onda, da alegria e da interação com o público. Isso faz parte de mim e vou voltar com todo esse gás. A dança e o chapéu também!.
Felipão compositor
Tô muito feliz e ao mesmo tempo com um pouco de tristeza, né? Queria tirar um final de semana para compor, mas as coisas estão muito corridas e nesse primeiro CD tem apenas uma música minha, que fala sobre minha volta. O nome é "Olha eu de volta".
O funk no Forró
Eu acho que isso passa por aquela questão de fase da música. Em 2007 gravamos um DVD e eu coloquei Funk, isso já faz dez anos. Aconteceu lá e volta a acontecer agora. São pequenos elementos que fazem parte de show e depois saem. Eu acho que não é a cara do Felipão, o Felipão tem aquela cara, aquele swing porque tá no sangue.
Minha vida na música foi de repente, foi sem pretensões. Não cresci com aquele sonho de ser um cantor famoso. Foi tudo uma brincadeira, com 15/16 anos estávamos entre primos e parente se começamos a batucar em uma mesa, aquilo me tocou de forma diferente. Daquela brincadeira na casa da avó eu tive coragem e fui fazer um teste em uma banda de Forró na época, depois de ver um anúncio em um jornal.
Mercado do Forró na sua época
Ele cresceu muito e se tornou muito profissional, mas naquela época era como se as coisas começassem na brincadeira, 'chama os músicos aqui e ali, vamos montar uma banda, dar um nome tal e tentar começar a vender'. Era tudo feito de forma muito amadora. A gente fazia as coisas sem muito conhecimento, ninguém era músico profissional, eu não era cantor profissional.
Saída do Forró
São inúmeros fatores, mas era um momento em que eu precisava parar, não tenho nenhum arrependimento daquela época porque eu necessitava. Quando iniciamos o Forró Moral eu acho que tinha 19 ou 20 anos e o sucesso veio de repente. No primeiro mês já fizemos 28 shows e não paramos mais. Eu com 22 anos comecei a viver uma vida de grande sucesso que a gente nem imaginava que chegaria a tanto. Esse sucesso trouxe muito desequilíbrio a minha vida e a falta de maturidade na época, tanto eu, quanto minha família, não soubemos lidar com tudo isso. Então no auge disso tudo eu me sentia muito vazio e angustiado, não tinha uma vida, só vivia em cima dos palcos, comecei a beber bastante e comecei a viver aquela vida sem sentido. A minha parada foi realmente necessária para eu dar mais equilíbrio a minha vida e a grande motivação foi me encontrar. O sucesso é bom, mas a vida não é só isso e naquele tempo era só isso. Eu precisava dar essa parada para dar valores a outras coisas também. Passei a enxergar a vida de outras maneira. Eu sofria porque minha esposa engravidou bem na época disso tudo, eu mal via a minha filha e passei a viajar muitos meses e isso me deixou louco, não via minha esposa, não via minha filha e nem morava na minha casa. Foi tudo muito importante.
Religião e volta ao Forró
Eu acho que é um momento muito especial para isso. Houve uma construção nesses oito anos, de maturidade, de entendimento de quem o Felipão é, de que Felipão precisava conhecer a Deus e ter Deus na vida para buscar esse equilíbrio e eu acho que agora a gente vem de uma maneira diferente, vem com uma bagagem. Esses oito anos no Gospel foram uma verdadeira faculdade na minha vida, como homem, para o meu caráter e para os equilíbrios que eu precisava e agora volto com outro entendimento, não é mais aquela coisa amadora, não é mais aquele jovem que está deslumbrado para fazer sucesso
Por que voltar para o Forró?
São vários fatores. Dinheiro não é um deles porque eu não sou movido a dinheiro, senão eu nem teria saído do Forró, na época estávamos no auge do sucesso, Forró Moral faturando um milhão e meio e isso nos deu uma estrutura, uma bagagem, eu abri empresas, fiz negócios e construímos um bom patrimônio então não é isso que nos move na carreira de hoje, mas são muitos pontos. São pontos que realmente foram me tocando, análise, conversando com família e eu acho que há um trabalho a ser feito. Felipão volta para ter seu lugar no Forró e com a cabeça diferente.
Apoio e críticas
Lá em casa está todo mundo feliz e participando, vivendo este momento. Estou muito grato também pelo apoio que recebemos, esse calor das pessoas, as mensagens, temos recebido com muito carinho. Isso tem sido gratificante e tem nos alimentado para chegar com todo gás. Já as críticas eu acho que fazem parte de todas as mudanças. Foi uma decisão que tem uma grande repercussão e é difícil que as pessoas não tenham suas próprias avaliações. Não tem como explicar para todo mundo, sentar com cada um e falar as motivações do coração, mostrar quem é o Felipão hoje e quem era o Felipão antes, mas o tempo vai explicar cada coisa. Estamos tendo apoio de muita gente, amigos, pastores que sabem que minha vida com Deus não vai mudar, mas outras pessoas que por não conhecerem de perto, acabam criticando. Quando coloquei a nota sobre a saída eu falei que sabia que não teria apoio de todos, mas com respeito ao posicionamento de cada um, pois todos têm a liberdade de opinar.
Repercussão
Eu não esperava essa repercussão toda, a gente sabia que teria algum tipo de repercussão, mas não que seria tão numerosa. Me surpreendeu, depois de tantos anos em outro segmento, a gente ainda conseguir fazer todo esse barulho.
Wesley Safadão
A gente sempre teve uma relação muito boa. Eu disse para ele: 'Cara, eu sou teu fã não só do cantor que você se tornou, mas também do grande visionário. Você trouxe um alto nível para o Forró'. A gente brigava muito por isso antes naquele mercado competitivo e amador e eu acho que chegou em um momento em que ele fez um trabalho brilhante. Eu disse: 'Cara, eu preciso estar perto de ti para reaprender muitas coisas, vou precisar da tua ajuda.'. Eu fiz questão de ir lá no aeroporto, ele ia viajar e pedi para bater um papo com ele. Ele está de parabéns, temos que bater palmas não só para ele, quanto para Aviões, Solange, Márcia e todos eles.
Novo show e repertório
Uma promessa que eu faço é que a gente vai dançar muito. O show vem muito pra cima. Algumas pessoas estão preocupada achando que vamos chegar de mansinho, mas vamos chegar chegando. O repertório está bem dançante e animado. Mas é claro que eu vou trazer uma linguagem diferente, faz parte da mudança e da maturidade que vivi durante esse tempo. Uma linguagem que valorize mais as coisas, não que rebaixe, vulgar mas sim falando de cotidiano, comportamento, relacionamentos que acabaram e falando a linguagem atual e gerando valor para a mulher. O CD vem com uma música minha e músicas do pessoal da Seu Hit, da Usina de Hits e essa galera que está compondo atualmente no mercado. [...] Eu sempre trabalhei com um repertório autoral, então a frente do meu show sempre vai ter nossas músicas, mas também vamos trabalhar repertório antigo do Felipão durante o show e também os maiores sucessos de bandas como Aviões, Wesley e todos os outros. [...] É no palco que as coisas surgem e que as coisas acontecem. A galera tava me perguntando: 'Será que a gente vai ter aquele Felipão showman, do Strip tease?', vai ter aquele Felipão da brincadeira, da dança, da onda, da alegria e da interação com o público. Isso faz parte de mim e vou voltar com todo esse gás. A dança e o chapéu também!.
Felipão compositor
Tô muito feliz e ao mesmo tempo com um pouco de tristeza, né? Queria tirar um final de semana para compor, mas as coisas estão muito corridas e nesse primeiro CD tem apenas uma música minha, que fala sobre minha volta. O nome é "Olha eu de volta".
O funk no Forró
Eu acho que isso passa por aquela questão de fase da música. Em 2007 gravamos um DVD e eu coloquei Funk, isso já faz dez anos. Aconteceu lá e volta a acontecer agora. São pequenos elementos que fazem parte de show e depois saem. Eu acho que não é a cara do Felipão, o Felipão tem aquela cara, aquele swing porque tá no sangue.
Abaixo você confere os vídeos com a entrevista completa de Felipão ao Diário do Nordeste
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Fonte: Sua Musica
