‘Meu sonho é cantar com Roberto Carlos’, diz Xand do Aviões do Forró, que fala também do sucesso do Wesley Safadão


O sucesso de Wesley Safadão mudou, de alguma maneira, a estratégia de atuação do Aviões?
Sem dúvida nenhuma, quando vemos outro artista ou banda crescendo e fazendo sucesso ficamos muito felizes. Há 14 anos, estamos puxando esse barco não só no Nordeste, mas no Brasil. Com a chegada de artistas como Safadão e Coleguinhas o movimento cresce e é bom para todo mundo. Tomara que apareça mais uns quatro Safadões, quatro Aviões e mais umas oito Coleguinhas. Não importa quem leva,o importante é o forró chegar e ter o devido valor que merece.
Como funciona a parceria entre você e Sol no Aviões do Forró? Vocês são sócios? Dividem tudo meio a meio?
Nós somos sócios em partes iguais. Dividimos tudo, incluindo lucros e despesas.
Uma das razões da queda do axé foi que o ritmo nunca foi unido. Estou falando dos empresários do ramo. O oposto acontece no sertanejo. E está aí o resultado. E o forró? Os grupos e empresários são unidos?
Nem tudo é o que parece. Eu acho que hoje o forró cresceu tanto que não temos tempo de ficar pensando em desunião. Cada um está correndo atrás do seu. São muitos shows, presenças, estúdio, TV, rádio… Acaba que não encontramos os amigos com a frequência que gostaríamos.
Cada vez mais a música sertaneja se parece com o forró. Quem está imitando quem ?
O primeiro sucesso do Jorge e Mateus foi ‘Pode Chorar’, em 2008. Essa música a gente gravou em 2004 e foi sucesso também. Cada um bebe na fonte do outro em doses aceitáveis.
A elite do Rio ainda tem preconceito quanto ao forró. Um absurdo! Ao contrário de outras partes do Brasil, em que gente rica ama forró. Vocês conseguem identificar o por quê disso?
Eu não sei o motivo específico que o forró e, na minha opinião, o sertanejo, também não caíram nas graças da elite carioca. Mas vejo aí pelo Brasil cariocas de todas as classes nos nossos shows, não sei porque no Rio mesmo isso não acontece.
Você é vaidoso?
Não me acho vaidoso, não! Não uso cremes, não fico horas na frente do espelho, mas gosto de me sentir arrumado. Sei que não sou galã, mas tenho meu charme (risos).
Que pergunta de jornalista te irrita?
Qual é a expectativa para o show?
Qual é o melhor elogio que você gosta de ouvir?
Bem que você tinha me avisado!
E a maior crítica que você odeia escutar?
Você já foi mais humilde!
Você acaba de gravar uma música solo. E a Sol também está em um projeto sozinha. São trabalhos paralelos, mas não existe a possibilidade de um de vocês deixarem o Aviões?
Nós gravamos músicas solo vez ou outra. Durante os shows, cantamos sozinhos e em dupla. Isso é normal. Da minha parte, eu não tenho planos de sair do Aviões do Forró tão cedo.
Você e Sol têm grande sintonia e parecem grandes parceiros. Qual é a maior qualidade e algum ‘defeitinho’ de Sol Almeida?
Qualidade dela é que é uma cantora como poucas que existe no mundo: tanto pela afinação como pela extensão vocal. Defeito é falar algumas verdades nas horas indevidas (risos).
Qual foi o seu maior sonho já realizado e qual ainda quer realizar?
Comprar a casa do meu pai e da minha e mãe e tirar eles do aluguel. Meu sonho que falta é cantar com o Rei, Roberto Carlos.
O DVD ‘Pool Party’ foi um projeto audacioso e muito bem-sucedido. Isso faz com que o próximo projeto precise superar as expectativas. O que você tem em mente para o próximo álbum?
Já estamos em andamento de fazer nosso álbum visual. Um CD com músicas inéditas e clipes de cada uma delas.
Você se casou em 2014, já é pai de quatro filhos, sendo dois deles com sua atual mulher. Como está a vida de casado? Mudou alguma coisa de antes?
Eu já morava junto há dez anos. Faltava só receber a bênção de Deus. Não teve grandes mudanças.
Pouca gente sabe, mas você tem uma veia de apresentador. Qual foi a maior dificuldade de apresentar seu programa no YouTube? Você pretende trabalhar na TV?
Já recebi convite de duas emissoras locais aqui do Ceará para levar meu programa para a TV. Isso não é meu foco principal no momento. Mas… Quem sabe um dia?
O que o sucesso trouxe de bom? E de ruim?
De bom foi conhecer de perto meus próprios ídolos! De ruim é que algumas pessoas pensam que não temos problemas, não temos contas, não ficamos doentes… Tem gente que acha que somos robôs.
Quais foram as dificuldades enfrentadas no início da carreira?
Preconceito comigo e com Sol pelo nosso excesso de peso… Preconceito com o nome ‘Aviões’… A piada era dizer que iria explodir quando decolasse. Foram tantas as dificuldades que até já esqueci.
E hoje?
Tentar se renovar a cada dia porque quando se fala de forró, nós estamos no topo junto com as maiores bandas.
‘Não me esqueceu, né?’ é escrita por quem? Quem produziu? Haverá clipe? Pra quando?
Ela foi escrita pelo Robson Lima, de João Pessoa, que tenho certeza que será conhecido no Brasil todo e pelo Cleber Show, que já é nosso parceiro em outras canções. Produzida pelo Dudu Borges e o clipe será gravado amanhã, em São Paulo.